26 de out. de 2006

Deadline pra gringo ver

Sabia que em julho de 2007, TODAS as construções em Pequim têm que parar? Ou acabam antes do prazo, ou suspendem os trabalhos – até o final das olimpíadas. Decidiu o governo chinês (aliás, amistoso, não? A linha deles é sempre esta: “ou vai ou racha”, pra tudo). Querem que o ar da cidade esteja mais “limpo”, antes da grande data. E calcularam que, pra isso, vão precisar de um ano sem obras na metrópole.

Realmente, só assim mesmo, porque Pequim nunca teve uma política séria de proteção ao meio ambiente. Carece de árvores, flores, brisa marinha, montanhas no horizonte, céu azul, coisas assim. Aliás, deve estar na lista das urbes mais poluídas do planeta. Tem MUITA poeira, guindaste, escavadeira, britadeira; ninguém faz coleta seletiva do lixo; os engarrafamentos homéricos rolam diariamente; a frota de carros tá engolindo as bicicletas paulatinamente – inclusive dá muito mais status dirigir motores potentes que pedalar –; a maioria dos edifícios é super iluminado – alguns têm até “show” de luzes noturnas –; nos hotéis de luxo o consumo energético é o mesmo dos tempos de Mao; os 15 milhões de habitantes veneram o consumismo e a estética urbana da megalomania... enfim, consciência ecológica zero.

Mesmo assim, o governo chinês tá empenhado em promover esses tais "Jogos Olímpicos Verdes", em 2008. Como futura residente deste “enorme canteiro de obras”, agradeço. Até agora, tive a impressão de que desenvolvimento sustentável não é um conceito exatamente em voga por estas bandas.

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