4 de mar. de 2007

Chegada a full

Já estou deste lado de cá do planeta, em franco processo de ambientação.

Ficam pros próximos posts os contrastes da língua, comida, geografia e paisagem humana deste microcosmo singular. Por hora, ainda estou absorvida pelas novidades pessoais.

Desta vez, pelo menos, o jet lag foi vencido de modo glamuroso: Nas mãos de um hábil massagista chinês. Além de cobrar módicos 135 yuans (37 reais) pela sessão – quase terapêutica – de alivio muscular, o sujeito ainda teve a cortesia de me confundir com Halle Berry, a Bond girl! Pena que levava uma hora pra formular frases em inglês (e eu, duas horas mais pra tentar soltar meia sílaba num mandarim ‘meia boca’). De qualquer forma, é grande a motivação no quesito “integração gramatical”. Em menos de 72 horas como residente local, já faço parte de uma turma de estrangeiros (um japonês, uma coreana, uma espanhola, um vietnamita e dois irmãos do Congo), estudantes de chinês. Jornada intensiva pra ver se a coisa pega no tranco e muita pré-disposição – coletiva – pra pagar mico, repetindo, incansáveis, sonoridades do gênero “uóóó xê xuêshaaaann”, como num coro mirim. Singelo.

Animação também pra descobrir as particularidades do cotidiano e dar valor à globalização, que facilitou, por exemplo, a ida ao supermercado. Graças ao merchandising internacional, foi possível distinguir refrigerante de xampu, enlatado de biscoito canino e arroz de farinha. Só no caso do leite, deu bode. Desnatado, integral, de soja, de cabra, puro, com sabor, de vitaminas, animal, vegetal... Era muita opção pra pouca explicação (compreensível). Ainda ensaiei uma estratégia interativa, pedindo informação (via mímica) a uma funcionária. Mas, depois de receber uns berros pouco amistosos como resposta, resolvi ser prática. Trouxe um exemplar de cada cor pra provar todos e resolver, depois, qual o campeão de preferência. Abandonei também uns bolinhos chineses, apesar da embalagem colorida e atrativa. Imersão demais pra quem acabou de aterrizar. Apelei ao cúmplice, que insistia em provar de tudo: “Ai, vamos deixar pra comer comida de cachorro outro dia. Hoje já há grandes chances de estarmos levando leite de gato pra casa”.


6 Comments:

At 29/3/07, Anonymous Anônimo said...

Juju, foi mal, mas sinto q vou me divertir horrores com seus perrengues chineses....... nesse momento estou imaginando a cara da chinesa te dando esporro no supermercado e sua cara de desespero perdida.....

 
At 3/4/07, Anonymous Anônimo said...

...esta é a Naninha.

Menina, vc é louca mesmo. Lendo este seu diário inicial achei que estava iniciando a leitura de um livro de sucesso de Paulo Coelho ou mais um dos grandes textos impressos nas colunas de Arnaldo Jabour. Realmente tenho que concordar, para uma grande jornalista que você é (pra mim pelo menos, hahahaha !!!), acho que está no caminho certo, praticando e cursando a melhor escola de todas, a da vida. É claro que não podemos esquecer onde tudo isso começou a ser lapidado, lembra eu te passando minhas matérias para você estudar para as provas ? Lembra eu te dando cola nas matérias que você não tinha um bom rendimento (Educação Religiosa; Educação física, Artes e etc...) ? Não ??? Ingrata ! Este seu sucesso deverá sempre ser dividido com seus amigos que tanto te ajudaram, assim como EU.

Naninha, sucesso tudo de bom e juro que vou conseguir um contato de um brasileiro aí em Pequim pra te ajudar a comprar leite da próxima vez.

Beijos,
Betinho.

 
At 3/4/07, Anonymous Anônimo said...

vc vai ter muita aventura pitoresca por aí.
sorte nossa,
vai render estórias engraçadas

 
At 3/4/07, Anonymous Anônimo said...

Hahahaah leite de gato...

 
At 3/4/07, Anonymous Anônimo said...

Juju, você e suas histórias são demais mesmo!!!
Adorei e, como sempre, alegram o dia inteiro!!!

 
At 3/4/07, Anonymous Anônimo said...

Ha ha ha. Depois me conte se o leite de gato é nutritivo.
Adorei a história. Com certeza é só o começo.
Faca a plaquinha logo!!!

 

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