2 de nov. de 2006

Tóquio com Jequitinhonha

Fechando a mala pra voltar pra Espanha, reconheço que adorei este primeiro contato com Pequim. Não vejo a hora de mudar pra cá (de mala e cuia, em março/07) e começar a viver todas essas “aventuras cotidianas”: a língua, as gigantescas diferenças culturais, a comida, o trabalho dependendo de um intérprete, etc, etc, etc.

Fora as situações tragicômicas que o chinglês promove (só isso já vale uma viagem!), Pequim precisa ser vista ao vivo. É uma cidade "diferente" dos parâmetros ocidentais. Não se parece – eu achei – nem à China dos filmes e livros apresentados aí. O cenário é metade ciência-ficção (aquelas paisagens futuristas), metade documentário (a realidade sociológica batendo à sua porta). Como num cruze de Tóquio com o sertão nordestino!

Tem panorama de megalópole, com arranha-céus, autopistas, muitos carros (muitos mesmo), bons restaurantes, centros comerciais luxuosos, várias dessas lojas que só se sustentam onde impera uma burguesia abastada (Prada, Bulgari, Gucci e cia – pudera: os multimilionários chineses já são dos principais consumidores de luxo no planeta), tem a sede de diversas multinacionais importantes, infra-estruturas sendo renovadas à velocidade da luz, conexões com outros países (vôos diretos, digo), produtos estrangeiros circulando no mercado, gente moderna, ritmo de vida de metrópole. Mas, em paralelo, é CADA jeca que se vê pela rua. Noooooossa!

E, mesmo sendo brasileira, acostumada com as precariedades de um país que ainda tem muito chão pela frente, achei as desigualdades sociais gritantes. Enquanto os novos ricos desfilam em Audi ou Lamborghini, tá ‘Seu Ming’ aí, na maior penúria, comprando naqueles mercadinhos chinfrins, indo a banheiros ao estilo um-buraco-e-muita-mira, comendo inseto no ambulante, morando nos hutong (antigos bairros tradicionais, atualmente de classe baixa), dirigindo aquelas motos capengas e mantendo outros costumes desse naipe.

Não descobri ainda se eles - os chineses - se dão conta dessa mudança brutal pela qual estão passando. É um fenômeno interessante, pra (vi)ver de perto. Aqui e agora.

7 Comments:

At 29/11/06, Anonymous Anônimo said...

Naninhaaaa...que viagem.....mil coisas para contar!! Por falar nisso, seu livro sai quando??? rsrsrsrsrs...adorei suas aventuras por Pequim, posso até imaginar vc lá....

 
At 29/11/06, Blogger Unknown said...

Juzão!
Estou adorando os relatos de Pequim e as suas primeiras impressões sobre os Chineses. Não deve ser fácil mesmo ser apenas um mero "western".... Essa vingança foi malígna. Espero poder ir te visitar em breve para trocarmos as nossas abobrinhas durante a massagem....
=)
Beijos,
Cris

 
At 29/11/06, Anonymous Anônimo said...

Nossa!!! To abismada com o relato!!!!! Quero ir pra Pequim hoje!! Fiquei curiosíssima!!!! hshshs

 
At 1/12/06, Anonymous Anônimo said...

"Esses países" (um doce pra quem adivinhar quais) começam de um jeito e terminam assim: os "bacanas" são do Partido; os outros, os jecas que se vêem na rua, são apenas os otários. "Essas coisas" sempre acabam desse mesmo jeito safadinho. Que tédio!

Cremilda
Weimar

 
At 2/12/06, Anonymous Anônimo said...

Sono d'accordo. È proprio un paese da visitare e vivere adesso

 
At 4/12/06, Anonymous Anônimo said...

Ni hao!!!Fala minha prima, quer dizer que eu ja tenho onde ficar em na cidade de cabeça pra baixo..Bom Ju posso te adiantar, mas aqui num é o melhor meio pra lhe contar minha nova hipopéia.Aproveito a boa leitura que sempre faço de seus textos e me impolgo um pouco pra te contar minha nova aventura.Vou seguir o caminho da Catharina, Milano aqui vou eu...
Ju prometo esclarecer as idéias pra vc , mas como ainda num tenho passagem na mão acho chato ficar falando sem ter o bendito bilhete em mãos.Cade vez mais VALE'S na europa...quer dizer fora do brasil..GRANDE BEIJO DUDU.

 
At 3/1/07, Anonymous Anônimo said...

Naninha, seu ano novo vai ser um ano e tanto lá na China, véspera das olimpíadas
Não deixe de escrever neste blog
Tá ótimo

 

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