16 de jul. de 2007

Uma pausa... No ocidente!

Viver na China é uma experiência... como dizer? "Intensa". Beeem intensa. Tanto que, de quando em quando, é (mais que) necessário fazer uma pausa. Férias!

Com a intenção de recarregar baterias - e ver os seres queridos, que moram do lado de lá do mundo (!!!) - esta blogueira que vos escreve faz uma pausa. E, volta, em algumas semanas, com mais novidades sobre o mundo chinês.

"Ocidente amaddo", aqui vou eu!!!

13 de jul. de 2007

Falsários: bolinhos com papelão

Os repórteres da China Central Television - a maior emissora de TV do país - descobriram que alguns ambulantes estavam vendendo bao zi (esses típicos bolinhos chineses, feitos no vapor) com recheio de papelão.

Usando câmeras ocultas, os repórteres gravaram a fraude num mercado de rua aqui de Pequim. O vídeo, depois de emitido pela CCTV, começou a rodar o mundo, através dos noticiários internacionais.

Segundo confessa um dos tais "cozinheiros" piratas, a receita era simples: usar 60% de papelão e 40% de carne (de procedência não especificada). Moldar, cozinhar e, voilà, bolinhos crocantes, fresquinhos e baratinhos. "Vai um bao zi aí, freguesa?"

Para mascarar o gosto (ou a falta de), ainda tinham uma dica: acrescentar muito tempero, no final. Ou duas, até: Como papelão é duro, soda cáustica no molho, para amolecer o ingrediente principal!

Tá vendo? E ainda tem gringo que acha ruim comer carne de cahorro! "Tá reclamando de barriga cheia".

Clique aqui para assistir o vídeo com narração em português (pela BBC Brasil)

12 de jul. de 2007

Camisinha pra que te quero

Num surto de criatividade e ousadia (para os padrões locais), os chineses mostraram vários usos alternativos pra boa e velha camisinha-de-vênus.



Em um simpático desfile, aqui em Pequim, elas viraram vestidos, chapéus, enfeites (de gosto discutível) e até mesmo relógios.



Foi a “4° Expo de Produtos e Novas Tecnologias de Saúde Reprodutiva da China”, organizada pela Guilin Latex Factory, a maior fabricante chinesa de camisinhas – que aproveitou para promover o uso do preservativo contra a Aids.



As modelos desfilaram entre delirante efeitos especiais de bolhas de sabão para exibir vestidos de noiva, trajes de noite em escamas, biquínis extravagantes, roupas chinesas tradicionais e outras peças feitas inteiramente de camisinhas – infladas ou não.




Em tempo: Originalmente a China qualificou a Aids de "doença do Ocidente capitalista e decadente". Considerava "um problema de homossexuais, profissionais do sexo e usuários de drogas". Todas categorias que, oficialmente, não existiam na China comunista. Há pouco tempo, a sociedade despertou para o problema, que - oh! - também assola este país. Segundo as estimativas (não há uma contagem formal), atualmente cerca de 650 mil chineses têm o vírus HIV.

Fotos: Newsphoto.com.cn

11 de jul. de 2007

Moscas a 0,07 dólares

Esta saiu no Estadão, pelo Paulo Vicentini:

Está aberta a temporada de caça às moscas no município de Louyang, na província chinesa de Henan. Seus administradores estão oferecendo um prêmio de sete centavos de dólar para cada mosca entregue às autoridades sanitárias de seus distritos regionais. "Estamos procurando limpar a nossa imagem, ao mesmo tempo em que promovemos a higiene pública", garantem as lideranças locais.

O distrito de Xigong, por exemplo, pagou US$ 125 por 2.000 moscas entregues no dia primeiro de julho, durante o lançamento da "Grande campanha municipal contra as moscas e os mosquitos". "Acreditamos que esta é a melhor maneira de induzirmos as pessoas a cuidarem mais de seu entorno", declarou Hu Guisheng, diretor do escritório administrativo do distrito, ao justificar a inusitada iniciativa em Louyang, um município com 1,55 milhão de habitantes.

Segundo a mídia estatal, a localidade luta para conquistar o título nacional de "Cidade Higiênica", recompensa habitualmente concedida aos municípios que cumprirem os dez critérios estabelecidos pelo governo central chinês em 2005, com destaque para as medidas de prevenção e gestão de agentes transmissores de enfermidades. "Eles (os critérios) exigem que as cidades controlem de forma efetiva a proliferação de ratos, moscas e mosquitos, entre outros agentes", afirmou a imprensa local.

A iniciativa, entretanto, também atraiu pesadas críticas. Para muitos, tudo não passa de um golpe de marketing, com "pífios resultados" e "desperdício de dinheiro público".

"Se trata de chamar a atenção? Bem, que mal há nisso? O dinheiro está sendo adequadamente empregado", reagiu Hu, sem revelar o destino que concederá às milhares de moscas atualmente empilhadas nas instalações sanitárias da cidade.

9 de jul. de 2007

Verão em Pequim

A foto é do ano passado, mas tenho certeza de que ainda corresponde com a realidade em algumas cidades aqui na China:


Quando os termômetros subiram demais, o governo de Pequim não teve dúvidas. Como "solução" oficial, BALDES COM GELO nos ônibus urbanos!!!

PS: A foto original é do jornal China Daily, uma edição de julho de 2006. Mas de tão "exêntrica", foi recortada e virou adorno na geladeira de amiga expatriada. Uma obra de arte!

8 de jul. de 2007

Pasta que cai os dentes

No mercado, fiquei na dúvida, na hora de escolher a pasta de dente (quem lê jornal sabe que houve diversos casos de produtos contaminados – e retirados do mercado – aqui na Ásia, na Europa e até aí no Brasil).

Estudei minuciosamente as opções e peguei a que, a meu ver, parecia mais “confiável” - porque era uma marca internacional, com muita tradição, gastos enormes em publicidade, blá blá blá...

Chego em casa e, checando as notícias na internet, dou de cara com esta: “Pasta de dente Colgate falsa”.



Pois é. Viver no país da pirataria é dureza, viu?!

As novas maravilhas

A Grande Muralha chinesa, entrou pra lista das Novas 7 Maravilhas mundiais.


Construído para ligar fortificações já existentes, o enorme muro foi originalmente criado como um sistema de defesa contra as invasões mongóis, durante a dinastia Ming, entre os séculos 14 e 17.


Fica no norte de Pequim e tem mais de 600 quilômetros de extensão (mais que a distância entre Rio e São Paulo).


Ainda há quem acredite que a Grande Muralha pode ser vista (a olho nu) por astronautas, no espaço. Balela.


Mas a Grande Muralha é certamente um dos pontos turísticos mais célebres do país.


Os trechos mais visitados são Badaling, Simatai, Jinshanling, Mutianyu, Gubeikou, Huanghuacheng e Jiankou – onde foram feitas reformas.


Nesses pontos, você pode, inclusive registrar a "conquista", tirando fotos como um imperador:


Comprando um diploma:


Ou uma medalha com seu nome:


O importante é mostrar ao mundo que você esteve ali ao vivo.


As outras 6 maravilhas mundiais: Além do nosso carioca Cristo Redentor – o Corcovado! – , foram eleitas as ruínas de Machu Picchu (nos Andes, Peru), o colossal Coliseu romano (Itália), a cidade arqueológica de Petra (perto de Amã, Jordânia), o mausoléu romântico Taj Mahal (Agra, Índia) e a pirâmide maia de Chichén Itzá (Yucatan, México). Ficaram de fora alguns candidatos de peso, entretanto.

7 de jul. de 2007

O inimigo japonês

Japão, japonês, gostar de coisas japonesas, falar bem do desenvolvimento nipônico... Tudo isso é quase um tabu aqui na China. Os chineses ainda não tragaram os anos de ocupação do exército vizinho.

Há exatos 70 anos, também num sete de julho, os japoneses invadiram Pequim e começaram um período negro da história asiática – a IIª Guerra Sino-japonesa –, que durou oito anos e trucidou cerca de 300 mil civis, entre homens, mulheres e crianças.

Até hoje, vira e mexe, os chineses fazem protestos públicos, reclamando umas desculpas que os japoneses, oficialmente, jamais pediram. Fazem questão de contar às novas gerações os detalhes das atrocidades que vivenciaram.


Li Bingli, 79 anos, narra aos estudantes, histórias de resistência às tropas nipônicas

Integrantes da força aérea atual olham fotografias da guerra de 30 anos atrás

Soldados veteranos falam sobre sua experiência durante a guerra

Nanking

Durante minha infância, a única referência que eu tinha para essa palavra eram as canetas “de nanquim”. Porque eram super delicadas e custavam muito, sempre fui terminantemente proibida de tocá-las. Se converteram em um sonho de consumo, quase um símbolo de status no meu imaginário mirim.

Cresci, estudei e entendi que Nanquim é mais que a cidade onde produziam as tais canetas. Quando ainda era a capital da China Nacionalista, foi palco de um massacre histórico. Massacre esse que acaba de virar filme e estrear nas telas de Pequim.

O longa "Nanking" é uma produção americana em formato documentário. Ainda não vi, mas li que, co-dirigida por Bill Guttentag, a obra foi premiada com um Oscar. Segundo a imprensa internacional, as imagens mostram ruas devastadas por bombas e pilhas de cadáveres de crianças com depoimentos chorosos de testemunhas chinesas falando de estupros e torturas. Também inclui confissões de soldados japoneses que participaram na matança e leituras dramatizadas de biografias reais. "Este filme trata do que a humanidade tem de melhor e de pior", disse Guttentag durante a pré-estréia.

2 de jul. de 2007

Nos olhos de quem vê

Numa exposição do Museu de Civilizações Asiáticas de Cingapura:


"Nada é bonito ou feio em si mesmo. A beleza está nos olhos de quem vê.
Quanto mais uma coisa (lhe) atrai, mais você gosta dela"

Era a frase que abria uma mostra sobre a beleza na Ásia. Faz todo sentido.

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