27 de jun. de 2007

Viagem 15 cocares

E olha que a minha milhagem no “Programa (fidelidade) de índio” é altíssima! Mas com os pontos que tô somando hoje, acho que vai dar até pra fazer uma viagem como a de Júlio Verne, ao redor do mundo, toda com bilhetes-bônus.

Só espero que não seja com a China Airlines.

Depois de um atraso de três (T-R-Ê-S) horas no aeroporto de Pequim (onde uma tempestade apocalíptica, de repente, deixou o céu negro, tão negro, que não se via a pista, os aviões, nada, e os chineses se acotovelavam, colados na vidraça do saguão, cada um com seu celular supersônico – aqui todo mundo tem um – pra tirar fotos daquele “fenômeno” meteorológico), fui presenteada com uma capa de chuva vermelha! Não entendi o porquê, a princípio. Mas, logo em seguida, me achei até ingênua pela lentidão no pensamento. Era pra ir andando até o avião, ora pipocas. E quem liga pro fato de estar chovendo A MARES (me veio à cabeça filme do George Clooney, "A tormenta perfeita”). Mas enfim. Estamos na China e não adianta se surpreender. É tocar o barco e seguir a corrente. Fazer o que? Reclamar no Procom? Lá fui eu, de sandália rasteira, me equilibrando pra não deixar o lap top se afogar, “protegida” do aguaceiro com a linda capa vermelha. Até simpatizei com o figuro, vou ser sincera. Se não fosse tão complicada a logística, na hora, teria tirado uma foto: Todos os passageiros caminhando no toró com capinhas plásticas. Imagem singela! E ficou ainda mais simpática porque havia diversidade nas cores. As capas, distribuídas aleatoriamente, variavam também em versões amarelas, azuis e verdes.

Molhada até nos ossos, me acomodei na poltrona e esperei. Esperei. Esperei. Esperei... 20 minutos depois, uma voz avisa que “sentindo muitíssimo, o vôo vai atrasar”. Como assim? Não já atrasou? Estávamos 3 horas e 20 minutos fora do horário previsto!!! O chato de viajar sozinha é isso: você não tem com quem trocar uma opinião nessas horas de frustração. Ao meu lado, só uma senhora chinesa (aliás, ela está literalmente debruçada sobre o pedaço de cadeira que nos separa e acompanha fielmente cada teclada que dou aqui... Já desisti de me chocar com a falta de privacidade na China – podem dar oi pra vizinha! Tá lendo tudo em tempo real... Ao não ser que fale português, tá lendo o texto como quem aprecia uma pintura abstrata).

50 minutos depois, finalmente decolamos.

Nisso, uma fome do cão já tinha feito as paredes do estômago colarem, depois de tanto roncar. Meu reino uma torrada com manteiga! Mas ao invés disso, eis que surge a aeromoça sorridente, com as bandeijinhas de comida. Já estava a ponto de celebrar o fato, quando olho praquilo e tenho vontade de chorar. O “manjar” incluía um pratinho de macarrão tipo espaguete FRIO e de cor acinzentada (que não procurei saber o porquê), uma salada de sabe-se-lá-o-que e mais quatro pacotinhos macambúzios. Senti até tristeza. A senhora ao lado devorando a parte dela. Os demais passageiros chineses, idem. Peguei rápido o saquinho de snack, implorando aos céus por uma boa notícia. Sobre tudo, uma notícia salgada. Mas não fui ouvida. Era maçã frita! (tudo bem: em outro vôo, me deram jaca frita!).

Ainda concentrei as esperanças num terceiro potinho – que, na versão ocidental, muitas vezes, seria um iogurte. Mas, como de uma viagem de índio se trata, fui brindada com nada menos que uma sopa de fungos brancos com pedacinhos de pêra!!!!!!!!!! Juro que ensaiei comer um pouco de tudo. Mas tá difícil. Resolvi escrever pra aliviar a fome. Digam tchau à moça que não sabe ler português. Minha bateria tá acabando...

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Post posted:
Depois do não-almoço, achei que era só me concentrar no livro do Gabriel García Marques e, em menos de 4 horas, estaríamos chegando em Cingapura. Eis que, mal acabo o primeiro capítulo e escuto o comandante avisar que, “em 20 minutos, estamos aterrizando”. No ato, me arrependi de todas as queixas e comentários cruéis aqui postados. “Se a velocidade da aviação neste país contrabalanceia todo o resto – os atrasos em terra, o medo da tempestade apocalíptica, a senhora que lê meus textos, a sopa de fungos com pêra e afins – calo minha boca”. Já comecei a arrumar meus pertences, calçar a sandália. Olhei lá pra fora e me achei até sortuda porque o dia ainda estava claro. Como a chegada tinha sido previstas pras 22h, pensei: “Nossa! Em Cingapura, escurecesse tão tarde, mesmo estando tão perto do Equador...”. Mas enfim. Calculei que já tinha visto de tudo e que nada mais me surpreenderia.

Adivinha! Ledo e crasso engano. Claro!

O avião estava aterrizando em nem-sei-o-nome, uma cidade do sul da China, cuja existência, até então, eu desconhecia!!!!!!!!!!!!!

Fiquei uns dois minutos sem reação, lembrando que, na confusão do aeroporto, realmente ninguém tinha conferido os cartões de embarque. Uma vez com a capinha de chuva, só segui a multidão, sem entender o que diziam os funcionários da companhia aérea – porque só falavam mandarim. Rezei. “Senhor, por favor, faça com que eu não tenha subido num avião trocado”. Pânico. Fiquei lembrando daquela frase feita “de graça, nem ônibus errado”. Isso não podia estar acontecendo comigo.

Olho pro lado e a senhora sem a menor cara de surpresa. Pra ela, era mais que natural aterrisar em... Não sei o nome. Os dois homens na poltrona ao lado, idem. Todos normais, sem cara de surpresa. Pensei FODEU. Já me imaginei mendigando pela cidade. Iria me tornar uma andarilha, empurrando um carrinho velho de supermercado, com meu colchão e umas latinhas de refrigerante que iria catar para juntar um trocado. Só não teria barba. Mas tava decidido: minha vida seria esta até alguém perceber que havia uma homeless estrangeira na cidade. Eu sairia nos noticiários nacionais e finalmente algum expatriado conhecido de Pequim saberia onde eu estava e iria lá me resgatar com um intérprete.

Menos mal que, focando a vista algumas fileiras pra trás, descobri outros ocidentais que pareciam tão confusos como eu. Um senhor russo se levanta e começa a montar escândalo. Falava um inglês bem pobre, mas deu pra entender que ele queria saber por que estaríamos pousando na tal cidade. “Eu também! Eu também!”. Enquanto tentava me desvencilhar da aeromoça que não falava inglês – e insistia em me manter atada ao cinto de segurança para o pouso – berrei pro russo: “Ei! O que está acontecendo?”. Nisso, apareceu outro homem estrangeiro e explicou que, lá atrás, a galera também estava nervosa, sem saber de nada. Estresse. Os chineses só olhando aquela meia dúzia de lunáticos reunidos no meio do avião, tentando extrair da única aeromoça a bordo que falava inglês a razão daquela mudança de rota. Ela só respondia “Não sei, não sei. Vamos pousa agora, em 10 minutos. Por favor, sentem-se”. Nunca vi nada parecido.

E não só porque estávamos a ponto de chegar num lugar que eu desconhecia, mas também porque tava achando aquilo uma torre de Babel – cada um com seu idioma – e os chineses, tão pacíficos e obedientes, sem questionar nada. Aliás, uma menina de Pequim, que arranhava inglês, se meteu na conversa pra dar a seguinte pitácora: “Tudo bem. O comandante vai resolver tudo, assim que pousarmos”.

Ein?!?!?!?! Eu lá sabia quem era esse comandante... Enfim. Depois de todo o circo (os palhaços éramos nós, claro), pousamos. Em solo, uma mocinha segurava uma placa com o número do nosso vôo. Os chineses, todos clones, segurando as malinhas de mão, iam seguindo a líder, calados. Eu e os demais “rebeldes”, nos queixando, querendo saber quem era o comandante, criando problemas pra desembarcar. Mico.

Lá pelas tantas, aparece outra moça, com vários cartões de embarque. Distribui um pra cada passageiro e escreve, à mão, o assento onde cada indivíduo prefere sentar-se. Um sistema mais chinês, impossível. Ainda tentei pegar uma revista da companhia aérea, onde tinha um mapa da Ásia pra perguntar a qualquer passante onde estávamos. Mas, quando o rapazinho começou a apontar pro oeste da China (lembrando: Pequim é no norte e Cingapura está ao sul), preferi não saber mais nada de geografia.

Voltei ao plano inicial (me tornar andarilha) e desisti de reclamar. O russo já fazia isso por todos nós. Aliás, coitado. Estava a ponto de ter um ataque do coração, berrando com todos os chineses – falassem inglês ou não.

Assim sem dar maiores explicações, nos meteram no início de uma fila longuíssima (de novo, a maioria eram chineses e ninguém reclamou. Nem soltaram um pio!). Os homenzinhos com uniforme olharam nossos passaportes e botaram uns carimbos nos cartões de embarque (carimbos na China são sinônimo de poder!). Depois, nos amontoaram numa salinha de espera. As veias do pescoço do russo saltavam. A mulher dele ficava segurando o braço do homem. Parecia um touro. Ambos vermelhíssimos, como se tivessem acabado de voltar da praia. Eu só pensando: onde vou achar um carrinho de supermercado pra começar minha nova vida nesta cidade?

Mas, aí, abriram a portinha e demos de cara com um finger. De lá, já saímos em outro avião... E, umas 3 horas de vôo depois, desembarcamos em outro aeroporto. Quase me ajoelhei pra beijar o chão. Nunca achei que gostaria TANTO de Cingapura. Cidade fantástica!

25 de jun. de 2007

Vai uma Monalisa aí?

A indústria da pirataria na China, às vezes, se mete com obras de arte também.


Na cidade de Dafen (norte do país), os artistas são especializados em “reprodução” de quadros famosos.






*fotos publicadas no jornal La Repubblica (Italia, 06/2007).

20 de jun. de 2007

Blogspot... adivinha!

Pela enésima vez, foi bloqueado. Desde o dia 08/06, a saga continua... Posta-se, mas não se lê blog(spot) algum através de conexões chinesas.

É uma espécie de transtorno bipolar. Percebeu? Belos dias, tudo bem. Maus dias (vai saber porquê!!! Faltou lítio na sopa), alguém pira e começa a estorvar os blogueiros, bloqueando o acesso a tudo.

Domínios chineses
Em tempo – e em contradição com a censura reinante – o fato é que o domínio cibernético ".cn" já é o terceiro mais popular do mundo. Entre os denominadores nacionais, só perde pra Alemanha (.de) e Reino Unido (.uk).

Segundo as cifras do Centro Nacional de Informação em Internet da China – responsável pela regulação da rede no país E PELO BLOQUEIO DE MILHARES DE PÁGINAS (incluindo esta, do Blogspot, atualmente!!!) – os internautas chineses já ultrapassaram os 140 milhões. São a segunda maior comunidade cibernética do planeta.

E há mais de 5,3 milhões de sites .cn – simplesmente cinco vezes mais que em dezembro de 2005.

Pra quem se espanta de ver como tudo, nessa terra, cresce a ritmo vertiginoso, lembremos: como sempre, rola um empurrãozinho extra, vindo das autoridades chinesas. Há meses – e até 31 de dezembro deste ano –, qualquer um, interessado em adquirir um site .cn, só precisa desembolsar um módico yuan (menos de 30 centavos de real!) pra realizar o sonho do domínio próprio. E pode inclusive escolher um dos subdomínios em mandarim – idioma que já se converteu, há tempos, em um dos mais usados na internet, junto com o inglês e o japonês.

Capici? É por tudo isso que eles costuram o que podem e não podem pra limitar as pessoas a lerem só informações que não geram inconformados e revolucionários. Haja paciência...

(Posts de bloqueios anteriores aqui e aqui)

13 de jun. de 2007

Rumo a Xangai

Dia sim, dia não, Pequim te surpreende. Aliás, os pequineses surpreendem. E a pergunta que não quer calar é: “Senhor, onde fui amarrar meu burro?”.

Semana passada, conheci uma americana que ainda andava intrigada: “Já vivi em vários países, mas as coisas aqui em Pequim são muuuuito diferentes...”. Esclareci: “Querida, isso aqui não é outro país. É outro planeta!”.

Mas como estou de saída pro aeroporto, essa história vai ficar em aberto. Xangai aqui vamos nozes!!!

5 de jun. de 2007

É chique ser rico

Especialmente “novo rico”. Na China, quem tem dinheiro, hoje, faz questão de exibir. Prova disso são os vários modelitos que misturam xadrez com bolinhas e circulam, soberanos, pelos shopping centers de Pequim, ostentando as etiquetas. Brega. Mas, os apoderados não tão nem aí. Fazem pose de bacana e gastam aos tubos.


Tanto, que Xangai acaba de recepcionar a (segunda) “Feira dos milionários”. Durante o fim-de-semana, o povo pôde se refestelar na abundância de produtos do naipe de celulares com diamantes incrustados (bagatelas de 3,5 milhões de dólares), relógio suíço em outro e prata (mais de dois milhões de dólares), uma mansão em Xangai (30 milhões de dólares), chás de mais de 1.000 dólares por quilo, jóias de 25 milhões, jatos privados, helicópteros, iates, alta costura, carros de prestígio, animais de pedigree, viagens paradisíacas, gastronomia de ponta, água mineral do Alasca e por aí vai.

Cerca de 150 marcas internacionais marcaram presença com público de 14 mil pessoas, peneirado na bilheteria – onde os ingressos custavam 600 yuans por cabeça (153 reais... equivalente ao salário de uma semana dos xangaieses médios), ou 1.500 yuans (383 reais) no dia da inauguração do evento.

É a única edição da feira na Ásia. As outras acontecem em Moscou (Rússia), Dubai (Emirados Árabes), Cannes (França) Amsterdã (Holanda), e Courtrai (Bélgica).

Os chineses, que entraram pro circuito no ano passado, não fazem feio. Além do boom econômico e da bolha na bolsa de valores que promove o “sentido cívico” do consumismo nacional, eles querem ser – e parecer! – ricos a qualquer preço. Essa estética urbana agrada em cheio por aqui.

Segundo David Zhong, um dos organizadores da feira dos milionários, "os chineses com dinheiro ainda estão aprendendo sobre marcas globais. Nós estamos ajudando essa gente a entender como vivem os milionários".


"Também temos convidados bem jovens, de 18 a 22 anos. Eles fazem trabalhos part-time ou economizam durante semanas para poder provar nossos produtos", contou Jin Yiyi, uma gerente de cosméticos da Helena Rubinstein. "Elas podem ter dificuldades para comprar um creme de mais de 300 yuans (76,5 reais), mas não conseguem resistir à atração da marca".

Enquanto isso, uma menina de 13 anos estava impressionada na frente do Jaguar. A mãe, sorridente, explicou que tinha levado a filha para “ensiná-la sobre as coisas finas da vida”. Literalmente, a senhora chinesa disse: “Isso vai ajudá-la a desenvolver um caráter elegante desde cedo”. Publicado na edição de ontem do ChinaDaily.


Abismo social

É notória essa compulsão chinesa por ostentar. A maioria do pessoal aqui não quer sorvete. Quer Haagen-Dazs. Não quere café. Quer Starbucks. Não quer óculos escuros. Quer o “G” gigante de Gucci. Não quer bolsa. Só Louis Vuitton. E não tô falando do mar de pirataria que abunda pelo país. Marcas como Chanel, Armani, Cartier, Mercedez vêm abrindo lojas paulatinamente (lojas de verdade, com preços também "de verdade"). Segundo estatísticas da Goldman Sachs (de 2005), a China já é o terceiro maior consumidor mundial de bens luxuosos (US$6 bilhões/ ano) e, em 2015, vai ultrapassar o Japão, passando a consumir 29% de todos os produtos de luxo comercializados no planeta. A demanda vai crescer 25% por ano, até lá.

Como em outras capitais, são os jovens de 20-30 anos os que mais gastam. Mas aqui, o número de consumidores novos (que acabaram de começar a consumir produtos deste tipo) é muito maior: simplesmete 11 vezes mais que no Japão, por exemplo.

Por causa do contexto histórico, até uns poucos anos, os chineses praticamente não consumiam nada que não fosse ‘made in China’. Sequer sabiam o que era “moda” mundo afora. Todos vestiam igual, tinham a mesma cor de cabelo, o mesmo penteado, o mesmo tipo de sapato, usavam ceroula... Hoje, depois das reformas econômicas e da entrada da gringolândia em território nacional, eles estão ficando tão fashion victims quanto os vizinhos nipônicos, os ricos de NY, Londres, Paris, etc.

Segundo os cálculos de Yang Qingshan, secretário geral da China Brand Association, “13% dos chineses já consomem marcas de luxo". Descontando certo exagero (e excesso de otimismo) que os chineses têm por excelência - e parece que Seu Yang não foge à regra -, os cálculos dele representariam nada menos que cerca de 169 milhões de pessoas. Quase a população inteira do Brasil! "E é uma cifra está crescendo rapidamente”, recorda Yang. Ah, disto, não duvido mesmo.

Sociedade harmônica

Preocupado com as tensões sociais que causam as grandes diferenças entre ricos e pobres, o governo chinês tem procurado criar políticas que reduzem as desigualdades. Como, por exemplo, mais taxas de importação sobre produtos de alto standart: cosméticos, jóias, roupas de marca, carros caros, artigos de golf e afins. Em paralelo, também foram banidos todos (sim, todos!) os anúncios em outdoor que faziam propaganda de coisas caras (apartamentos de luxo, roupas de marca, perfume, relógios, tudo). Pequim anda “pelada”, cheia de espaços prateados (onde antes, colavam os cartazes publicitários).

Quem acompanha as notícias do lado de cá certamente já ouviu o slogan “sociedade harmônica”, que o Partido Comunista emprega em todos os discursos sobre temas sociais. Em linhas gerais, é uma filosofia (baseada na teoria dos antigos pensadores chineses – como Confúcio) que prega a igualdade entre todos, mesmo quando a sociedade avança economicamente... E gera magnatas instantâneos e pobres com menos de dólar por dia. Aliás, um tema que dá muito pano pra manga. Fica pro próximo post!

4 de jun. de 2007

Peitões artísticos

Shu Yong (舒勇) é o autor de umas esculturas peculiares: peitos gigantescos.

Segundo ele, são críticas à febre do bisturi na China (como bem se sabe, aqui existe até um “concurso de Miss Cirurgia Plástica”).

A última exposição de Yong, intitulada “Quão grande gostaríamos que nosso peito fosse?”, foi destaque no Festival Anual de Arte Contemporânea de Pequim. A obra principal, uma boneca do tamanho de uma Barbie, com um par de peitos descomunais, incomodou muita gente. Por serem titânicos (os peitos, de 1,8 metros de diâmetro), tiveram que ficar expostos do lado de fora do recinto, e uns vândalos destruíram um dos seios. Depois de reconstruí-lo, Yong teve que COLOCAR UM SUTIÃ na peça pra se retratar com os ofendidos.




Mais sobre as "peitoesculturas" em Danwei, Designerplanet e no blog do artista (só em chinês)

Eles foram notícia II

Não resisti ao panorama mediático II. É, no mínimo, "eclético".

Encontro de crianças gêmeas. Centenas de pares chinesinhos idênticos posaram pra foto em Taiyuan, província de Shanxi. Lembremos: irmãos nessa idade é coisa rara aqui na China (por causa da política de filho único). Descontando raras exceções, para estar dentro da lei, só mesmo gêmeos. (02/06/07, China News)

O chapéu-sombrinha faz sucesso. De acordo com o noticiário de Dalian – província de Liaoning, nordeste da China – o calor do verão que está chegando vai popularizar o novo acessório entre os turistas chineses. So-cor-ro!!! (02/06/07, China News)

Quem não tem cão caça com gato. Em Hong Kong, por falta de espaço (e sobra de poder aquisitivo), inauguraram uma sofisticada escola de equitação sem cavalos. Bom, pelo menos, sem cavalos reais. O que não faltam são máquinas. Simula-se de galope até a sensação de saltar obstáculos. Com vídeo e ambiente de cocheiras. (01/06/07, China News)

Muita gente viu: A China lançou o satélite "SinoSat-3" – para comunicações de rádio e TV. (01/06/07, Xinhua)

Gestos de policiais de trânsito se convertem em exercícios físicos para crianças. A partir de agora, estes estudantes de Linyi – província de Shandong, norte da China – serão obrigados a repetir os movimentos diariamente no pátio da escola. Pra ficar “em forma”. (30/05/07, China News)

Meninas de um jardim de infância executam o (laborioso) ritual do chá. Foi uma das atividades que os professores desta escola de Puyang – província de Henan, no centro da China – inventaram para essa (peculiar) comemoração do dia das crianças. "É uma boa oportunidade para iniciar os alunos nas tradições culturais chinesas", disse um dos mestres. (29/05/07, China News)

Casamento grupal num “romântico” balão de ar quente: 25 casais participaram da cerimônia coletiva, no ar, em Shaoxing, província de Zhejiang. (26/05/07, China News)

Outra de casamento: Estes noivos resolveram adotar uma tradição matrimonial (não-chinesa) de soltar borboletas durante a cerimônia de casamento. A idéia era criar uma atmosfera romântica, trazer sorte e amor à nova união – ¿como no? – ganhar um espacinho na mídia local. Conseguiram. Em Shenyang, província de Liaoning, nordeste da China. (02/06/07, China News)

Banda de cadeira de rodas emociona a audiência. É o primeiro conjunto musical da China composto só por portadores de deficiências físicas. Se apresentou na sala de concertos da Cidade Proibida, aqui em Pequim, durante o ‘17° Dia Nacional de Ajuda aos Deficientes’. Arrancaram “fervorosos aplausos” da platéia. (20/05/07, China News)

Li Hongyun é bordadeira, uma artista folclórica da cidade de Puyang, província de Henan. Ela bordou nada menos que 128 dragões, que serão enviados aqui pra Pequim, como presente de “boa sorte” para as olimpíadas de 2008. (16/05/07, China News)

1 de jun. de 2007

Eles foram notícia

Repare nas particularidades de cada um:

Menina-bambolê: Shi Hongyan se enaltece por poder girar até 100 aros ao mesmo tempo. Quarta-feira passada, ela foi uma das atrações de um festival de cultura e turismo na cidade de Yinan – província de Shandong, leste da China. (30/05/07, notícia da agência Xinhua)

Este não corta as unhas do mindinho, indicador e dedão há cinco anos. Já ostenta as (eca!) medidas de 12 cm, 5 cm e 8 cm, respectivamente. O “artista” chama-se Wan Xiaowen. Tem 32 anos e mora em Xinjiang, na província de Jiangxi, leste da China. (28/05/07, notícia do Jiangnan City Daily ("Hong Qiaojun"))

O pequeno Cao Lei ganhou o respeito dos professores e alunos na escola onde estuda. Depois de perder os dois braços num choque elétrico, ele passou a fazer as anotações com os pés. Em Huoshan, na província de Anhui, leste da China. (29/05/07, notícia da agência Xinhua)

Li Zhiyuan fabricou uma bicicleta flutuante, usando materiais recicláveis, madeira e pneus velhos. Foi aí no rio do Parque de Hefei – na província de Anhui, leste da China –, que ele apresentou a obra ao público. Não só funciona, como custou menos de 150 yuans (uns 37 reais) e levou menos de um mês para ficar pronta. (28/05/07, notícia da Reuters)

Imagem de um trabalhador limpando os vidros de um prédio aqui em Pequim. (27/05/07 Qinbin/The Beijing Times) ¡¡¡Peculiar porque lembrei do meu episódio particular!!!

Uma fazendeira, criadora de suínos, mostra, orgulhosa, um porquinho-aberração que nasceu com uma cabeça, duas focinhos e três olhos. Em Xi'an, província de Shaanxi, nordeste da China. (06/03/07, da newsphoto)

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