8 de nov. de 2006

Mobiletes chinesas

Recebi de um amigo, por e-mail. Junto das fotos, o comentário: "aí Ju, daqui a pouco vc estará em uma dessas..."

hahahahahahahahaha... É isso mesmo! E mais: Os caras das motinhos (algumas são boas e velhas bicicletas com um motor malandro acoplado) passam - carregado de galinha, gelo, o que for - ao lado do magnata a bordo de uma Ferrari. Dois mundos que convivem naturalmente. Versatilidade na veia!

2 de nov. de 2006

Tóquio com Jequitinhonha

Fechando a mala pra voltar pra Espanha, reconheço que adorei este primeiro contato com Pequim. Não vejo a hora de mudar pra cá (de mala e cuia, em março/07) e começar a viver todas essas “aventuras cotidianas”: a língua, as gigantescas diferenças culturais, a comida, o trabalho dependendo de um intérprete, etc, etc, etc.

Fora as situações tragicômicas que o chinglês promove (só isso já vale uma viagem!), Pequim precisa ser vista ao vivo. É uma cidade "diferente" dos parâmetros ocidentais. Não se parece – eu achei – nem à China dos filmes e livros apresentados aí. O cenário é metade ciência-ficção (aquelas paisagens futuristas), metade documentário (a realidade sociológica batendo à sua porta). Como num cruze de Tóquio com o sertão nordestino!

Tem panorama de megalópole, com arranha-céus, autopistas, muitos carros (muitos mesmo), bons restaurantes, centros comerciais luxuosos, várias dessas lojas que só se sustentam onde impera uma burguesia abastada (Prada, Bulgari, Gucci e cia – pudera: os multimilionários chineses já são dos principais consumidores de luxo no planeta), tem a sede de diversas multinacionais importantes, infra-estruturas sendo renovadas à velocidade da luz, conexões com outros países (vôos diretos, digo), produtos estrangeiros circulando no mercado, gente moderna, ritmo de vida de metrópole. Mas, em paralelo, é CADA jeca que se vê pela rua. Noooooossa!

E, mesmo sendo brasileira, acostumada com as precariedades de um país que ainda tem muito chão pela frente, achei as desigualdades sociais gritantes. Enquanto os novos ricos desfilam em Audi ou Lamborghini, tá ‘Seu Ming’ aí, na maior penúria, comprando naqueles mercadinhos chinfrins, indo a banheiros ao estilo um-buraco-e-muita-mira, comendo inseto no ambulante, morando nos hutong (antigos bairros tradicionais, atualmente de classe baixa), dirigindo aquelas motos capengas e mantendo outros costumes desse naipe.

Não descobri ainda se eles - os chineses - se dão conta dessa mudança brutal pela qual estão passando. É um fenômeno interessante, pra (vi)ver de perto. Aqui e agora.

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